21 abril 2009

Horas mortas...

Os segundos discorrem já mortos da espera contínua.
As horas repassam numa voracidade demolidora.
A luz tremeluzente de um singelo candeeiro
Acende na memória as palavras já ditas e por dizer
As que sentem, as que doem, as que queimam
As que teimam em deslizar na garganta já dormente.

Sente-se a perda em cada esquina do tempo
Já anuncianda antes de qualquer laço de começo.
O fruto que perdura no ramo à espera de ser colhido
O sabor tentado, degustado, apetecido
As copas infinitas de um pomar em si fechado
As promessas desnutridas desse fruto no chão deixado.

Laivos de esperança dormem agora na cama entreaberta.
Em cada dobra do lençol que lhes suporta o dorso
Cravado o nome do poeta que desfalece e não desperta.

1 comentário:

Maria Clara disse...

Isto é tudo desanimo, ou o poeta devaneia?
Seja o que o que for, está lindo...
Bom ler PORTUGUÊS DE PORTUGAL, PARABENS.
MARIA