Sonhando,
Parti para onde não queria...
A cortina abria-se à minha frente
Por entre cravos de espinhos esguios.
Tudo girava, tudo partia!
Semente eterna vi longemente
No suave calor
Da fonte fresca do horizonte,
Onde nem os anjos nem os homens
São seres habitáveis
Dos profundos reinos
Da suave mansidão
Das colinas terrestres!
Alterou-se o manto
Por entre o purpúreo da sombra...
Não se sente tão alto
Como o mais profundo silêncio,
Que na acalmia do mundo se faz sentir.
Tudo gira e nada resta!
Semblante de pureza na frente oculta,
Tapa o ser o ventre desnudo!
Perde-se tudo no afagar dos membros,
Onde um grito incansável suspira
No alívio de uma libertação inócua!
Tudo se transforma e tudo passa!
Fecha-se a cortina
Por detrás do sonho,
Para o qual não queria mesmo ir...
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