A imagem que criamos dos outros é sempre um reflexo da nossa personalidade. O outro é para nós aquilo que nós desejamos que seja, na medida em que o projectamos de acordo com os nossos valores, ideias, sentimentos, desejos, vontades, carências e fragilidades. Neste sentido, o outro nunca é o outro nele mesmo, mas apenas o outro que nós vemos através do nosso olhar.
Ora, a imagem que construímos daqueles que nos rodeiam é sempre uma aproximação ao real, umas vezes mais, outras menos. E porque esse real é em parte fruto da nossa imaginação, nem sempre percebemos na totalidade aquilo que os outros são para nós!
Quando me deparo com o desconhecido, não me preocupo desde logo com o conhecer imadiato, mas com o ir conhecendo. E, se o desconhecido me agrada, vou-me dando a conhecer numa troca recíproca de hetero-conhecimento.
Já nos dizia Rosseau que o homem é por natureza um ser de bondade e que a sua vivência em sociedade é que o vai corrompendo. Eu confesso que acredito na bondade do ser humano (grande defeito, eu sei) e à custa disso afeiçoo-me demais aos outros que vou conhecendo, esquecendo por vezes de me lembrar de mim!
É por me afeiçoar demais aos outros que já tenho vivido e sentido a desilusão de saber que afinal nem sempre o outro é aquilo que gostaríamos que fosse. Umas vezes supera-se, outras não! À custa disso já mandei muitas supostas amizades dar uma volta (e das grandes), porque percebi que na maior parte dessas amizades havia interesses que não se coadunavam com a confiança que depositei nelas. O que não significa que todas as desilusões nos levem a desterrar todo e qualquer outro da nossa vida, até porque muitas vezes em nada são culpados da imagem que deles criámos. A verdade está lá sempre, nós é que nos recusamos por vezes a vê-la!
Continuo a acreditar que o ser humano é um ser de bondade e que há outros que merecem fazer parte de nós e do que para nós significam. Há marcas que não se esquecem, há momentos únicos que ficam tatuados na memória, há a sinceridade nos momentos menos bons e, acima de tudo, há a amizade que, quando o é verdadeiramente, é indestrutível!
Por mais "cabeçadas" que leve, serei sempre um outro em constante entrega aos outros que da minha vida fazem parte e porque o lugar que nela conquistaram foi merecido, independentemente dos altos e baixos que possam existir! E a imagem que outrora criámos, embora não a idealizada, continua firme na memória, acreditando que a imagem que eu tenho do outro é fruto da imagem que o outro criou de mim!
Ora, a imagem que construímos daqueles que nos rodeiam é sempre uma aproximação ao real, umas vezes mais, outras menos. E porque esse real é em parte fruto da nossa imaginação, nem sempre percebemos na totalidade aquilo que os outros são para nós!
Quando me deparo com o desconhecido, não me preocupo desde logo com o conhecer imadiato, mas com o ir conhecendo. E, se o desconhecido me agrada, vou-me dando a conhecer numa troca recíproca de hetero-conhecimento.
Já nos dizia Rosseau que o homem é por natureza um ser de bondade e que a sua vivência em sociedade é que o vai corrompendo. Eu confesso que acredito na bondade do ser humano (grande defeito, eu sei) e à custa disso afeiçoo-me demais aos outros que vou conhecendo, esquecendo por vezes de me lembrar de mim!
É por me afeiçoar demais aos outros que já tenho vivido e sentido a desilusão de saber que afinal nem sempre o outro é aquilo que gostaríamos que fosse. Umas vezes supera-se, outras não! À custa disso já mandei muitas supostas amizades dar uma volta (e das grandes), porque percebi que na maior parte dessas amizades havia interesses que não se coadunavam com a confiança que depositei nelas. O que não significa que todas as desilusões nos levem a desterrar todo e qualquer outro da nossa vida, até porque muitas vezes em nada são culpados da imagem que deles criámos. A verdade está lá sempre, nós é que nos recusamos por vezes a vê-la!
Continuo a acreditar que o ser humano é um ser de bondade e que há outros que merecem fazer parte de nós e do que para nós significam. Há marcas que não se esquecem, há momentos únicos que ficam tatuados na memória, há a sinceridade nos momentos menos bons e, acima de tudo, há a amizade que, quando o é verdadeiramente, é indestrutível!
Por mais "cabeçadas" que leve, serei sempre um outro em constante entrega aos outros que da minha vida fazem parte e porque o lugar que nela conquistaram foi merecido, independentemente dos altos e baixos que possam existir! E a imagem que outrora criámos, embora não a idealizada, continua firme na memória, acreditando que a imagem que eu tenho do outro é fruto da imagem que o outro criou de mim!
4 comentários:
Texto muito interessante sobre a Amizade.
Apesar de não concordar totalmente com o que dizes ao princípio - eu tendo a ver sempre os outros objectivamente.
Mas, a escolha dos amigos tem sempre um período de "amadurecimento" que pode ser mais ou menos longo, até nos apercebermos que é mesmo um Amigo desinteressado e bom, e então não que pôr "mas" pois ter um amigo verdadeiro é um tesouro...
Abraço.
"O outro é para nós aquilo que nós desejamos que seja, na medida em que o projectamos de acordo com os nossos valores, ideias, sentimentos, desejos, vontades, carências e fragilidades. Neste sentido, o outro nunca é o outro nele mesmo, mas apenas o outro que nós vemos através do nosso olhar."
Só posso subscrever estas tuas palavras sábias.
Há não muito tempo foi este o meu estado de espírito:
"Tal como em L'Aquila, o grande sismo foi antecedido de pequenos abalos, que lhe minaram os alicerces, o que facilitou a que nas réplicas se desse o golpe final, foi exactamente assim com algumas das minhas convicções a desabarem durante toda esta semana que findou. Lentamente, aqui e ali, e à medida que “remexia” no meu recente ..."
E a culpa era justamente:
"...até porque muitas vezes em nada são culpados da imagem que deles criámos. A verdade está lá sempre, nós é que nos recusamos por vezes a vê-la!"
Mas porque continuo a ter registos como este:
"...há a sinceridade nos momentos menos bons e, acima de tudo, há a amizade que, quando o é verdadeiramente, é indestrutível!"
Continuo a acreditar...
"Se a poesia, ou “o que me vier aos dedos” me diz que
“Caminhante não há caminho, o caminho faz-se caminhando”,
não é só poesia, o caralho do caminho tem que ser mesmo trilhado
Se como diz Carlos Drummond de Andrade,
“tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra”, então a filha-da-puta-da-pedra, tem que ser removida do “meio-do-caminho”.
Aliás, os afectos, não são só beijos ou abraços, ou telefonemas ao acaso, são muito mais do isso..."
citações tuas e minhas de um outro
"momento" que me marcou profudamente num passado muito recente.
Um abraço
António Domingues
Subscrevo. :)
ólá amigos todos, uma saudade para mamarrosa, povo que me vio nascer, cuantas saudades da moita velha, hoje me sinto feliz, pois, vejo com muita alegria a grande juventude de essa grande terra comunicar-se com o mundo, saude para todos os mamarrosenses.
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