Deitado sobre si relembra o som daqueles olhos doces
Que brotam do infinito ser embalando em sorrisos o oceano
De esperanças desencontradas iluminando a alma em si fugaz...
O corpo jaz imóvel sobre a pedra fria manchada pelo suor de rostos
Infinitos e incontornáveis na penumbra que assombra a desperta aurora...
As mãos enlaçam-se em nós doridos, esquecidas das memórias vazias
Que inundam o ar de espasmos doces e suspirantes no tempo...
Há um sonho que se prolonga em todo este ser desnudo e frágil...
Um despertar adiado na tentativa de sentir o doce sabor de um desejo já de si perdido...
A ilusão de uma vontade que cruelmente se quebrara...
O pânico começa a despertar em cada poro da sua pele...
A realidade vislumbra-se cruelmente em cada esquina de um tempo ido...
A dor é um fantasma que se entranha numa reencarnação tardia...
E o corpo estremece e arrefece... a pedra torna-se gelada, pálida...
Não se sente mais a alma no frio dos músculos já rígidos...
Os olhos apagam-se perante o cansaço de não saber ser...
E o poeta, outrora carne dorida, liberta a alma rumo ao horizonte
Que o aguarda na infinita contemplação de um mar de humanidade...
6 comentários:
Dolorosamente belo!
Quem é o autor? Tu?
Abraço.
Muito bonito...ao ler, lembrei-me dum livro que nunca esqueço: A SAGA DE UM PENSADOR, de Augusto cury.
Uma boa escolha para as férias.
MARIA
Muito bonito o texto. È teu?
Caro White!
Obrigado pela visita!
Sim, o texto é da minha autoria! :)
Ia perguntar se era teu mas já encontrei a resposta!
Muito bom e bonito mesmo!
=)
DEvo confessar-te que me deixaste rendido á tua escrita. tenho de voltar mais vezes mas ja percebi porque nao vinha uma vez que estas adicionado: é porque andavas a postar pouco e nao aparecias la nos blogs que sigo.
Apreciei sinceramente a escrita, Eugénio. Parabéns.
Abraço grande
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